Apreensão de Bicicletas, lei x bom senso

bicicleta, Citizen Journalism, FalaPedal

O episódio da apreensão de bicicletas na cidade do Guarujá, mais espefícicamente no Distrito de Vicente de Carvalho, próximo a área de embarque das barcas.
apreensaoA medida que fotos e vídeos da ação foram compartilhadas, causaram imediata e forte indignação nas redes sociais.

Muitas discussões

18767504_1325536904203444_6525213242049883873_nA maior crítica foi ao fato da cidade e seu prefeito, o Dr. Válter Suman, apoiarem o projeto do Selo “Guarujá Cidade Amiga do Ciclista” da  Associação de Meios de Hospedagem do Guarujá (Aprohot). O selo recebeu apoio da Secretaria de Turismo e da prefeitura. E teve o projeto lançado durante as comemorações do aniversário da cidade no mês passado pelo prefeito. Com a presença de mais de trezentas pessoas, ciclistas de Praia Grande, São Vicente, Santos, São Bernado e até de São Paulo. Todos interessados em melhorias e facilidades.

Para conhecer o projeto clique aqui.

Do lado da prefeitura

É importante ressaltar que nem o prefeito e, menos ainda, a Secretaria de Turismo estão diretamente ligados a esta ação. Uma denúncia foi feita, de que bicicletas estavam atrapalhando o trânsito de pedestres e de carros. A GM automaticamente cumpriu com suas atribuições previstas em lei municipal.

“Este tipo de fiscalização, apreensão das bicicletas e aplicação de multas para coibir estas irregularidades está prevista no Código Nacional de Transito Brasileiro, bem como no Código de Posturas do Município”   explicou o diretor da Força Tarefa, Luiz Antônio de Rossi.

Do lado do cidadão

Tudo bem, agora, antes de executar uma lei que estava engavetada a tanto tempo, não seria mais correto a colocação de avisos, lembretes, sinalização avisando a proibição na área afetada? Trabalhadores foram penalizados sem aviso algum. Veja nas entrevistas no vídeo seguinte (na descrição do vídeo estão as respostas completas da PMG):

Seja como for, por mais que estejamos comovidos pelos que sofreram dano e pela incoerência da ação, o fato é que leis foram feitas para serem cumpridas. O caso é complicado. No que diz respeito ao trânsito existem leis e formatos para aplicá-las. Entretanto, o transito não é atribuição da GM.

Solução?

Quem pedala pela ilha sabe que se a GM resolver apreender todas as bicicletas amarradas em postes vai precisar de um pátio só pra elas, por que são muitas. Na  Av. Thiago Ferreira, no coração do Distrito, o número é enorme.

O cálculo que temos é de que 35% do transporte de massa do Guarujá se faz com bicicleta. O mais óbvio é que a PMG faça mais bicicletários.

bicicletário

Tem bicicletário lá, ao lado de onde a apreensão aconteceu, mas ele não parece ser seguro, fica num canto, um pouco isolado. Eu não deixaria minha bicicleta lá.

Atenção nos projeto

Estamos no Brasil, os projetos têm que contemplar a questão da segurança. E aqui, isso vale para todas as cidades. Em Santos, por exemplo, não tem bicicletários público com a fartura apesar do número gigantesco de ciclitas que a cidade tem, no Centro, o único de que me recordo é o da Rodoviária. (Veja outra situação em Santos)

Participar é preciso

Como me disse a cicloativista Renata Falzoni, do Bike é Legal, “temos que fazer muita pressão”, nós ciclistas temos que estar atentos às políticas públicas, projetos de expansão e de melhorias das nossas cidades. Temos que ver que a bicicleta, ciclistas e ciclovias estejam na pauta, contempladas.  Para não chorar depois, concorda?

Guarujá ainda não é a cidade amiga do ciclista como queremos, mas pode chegar lá, o projeto do Selo é uma ação, uma semente. Se duzentos/trezentos comerciantes, de todos os ramos de interesse dos ciclistas e cicloturistas passarem a olhar com mais carinho e interesse para a bicicleta, um grande passo terá sido dado, e perceba, oriundo da iniciatuva privada.

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