Empresas de olho no Setor de Resíduos Sólidos
cadaacaoconta, Citizen Journalism 08/03/2021,Empresários do setor acreditam em crescimento de 50% desse mercado
Com a sanção do novo marco legal do saneamento, os municípios brasileiros serão obrigados a implementar uma forma de arrecadação específica para custear os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos. Caso contrário, a gestão municipal ficará impossibilitada de receber recursos federais complementares para esta atividade.
Esta é uma regra que já existia desde a promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010, mas nunca foi posta em prática. Agora, empresários do setor estão confiantes com a mudança da legislação e estimam que ela pode significar um crescimento de 50% neste mercado em dois anos, ao mesmo tempo em que deve trazer impactos ambientais positivos como diminuição da quantidade de lixo gerado e aumento da reciclagem.
Para o SELUR – Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana, o crescimento do mercado ocorre porque, com o novo marco, as prefeituras poderão delegar o serviço por meio de concessão, com empresas públicas e privadas competindo em pé de igualdade em processos licitatórios. No modelo atual, as prefeituras prestam os serviços diretamente ou então os delegam por meio de contratos de programa. “A mudança fará com que municípios próximos se unam a fim de formular uma solução regionalizada para a gestão de resíduos, dando maior viabilidade financeira ao negócio”, diz Marcio Matheus, presidente da entidade. Segundo ele, os recursos virão de uma fonte específica, como uma taxa ou tarifa cobrada diretamente da população, assim como serviços de água, luz e gás, colocando em prática o princípio do poluidor-pagador, recomendado pela OCDE, e desvinculando a atividade do orçamento geral do município.